17 de agosto de 2012

ilustrações infantis

De 13 de Janeiro a 8 de Abril de 2012 esteve patente no Museu de Electricidade, Lisboa, a exposição da 5ª edição de Ilustrarte. 17000 visitantes!

Muito tempo depois da exposição não é relevante fazer dela menção senão para dizer que eu também participei no concurso. Mas não fui seleccionado para a expo, caso contrário já teria dito algo, claro (seria uma façanha, creio que só 5 portugueses em >1500 participantes). Quando assim é só resta resgatar do fundo da gaveta os trabalhos e colocar neste cantinho.

O tema é habitualmente ilustração infantil e participei com três ilustrações.


Queria algo a invocar as fábulas de La Fontaine e os contos de Grimm. Não sei se por preguiça ou por outra coisa, não andei a pesquisar muito ou de todo sobre essas referências, desenhei o que surgia na cabeça mas que pensava ser algo de familiar...

Não tenho queda para lápis de cor mas ocorreu-me que desenhos a lápis de cor seria algo que a criançada gostasse muito e as editoras favorecessem o estilo.
Ingénuo! Basta ver um punhado de livros para ver que ou é aguarela (poucos mas, ah, resistentes!) ou cores planas, sintéticas - minimalistas. Até escuras.
Dado o meu receio com lápis de cor, lembrei-me se podia usar antes de grafite e com tratamento digital os traços ganhassem cor. Penso ter ficado fixe.
Olhando para trás eu retiraria a "cortina" que envolve o desenho, deixava apenas que o desenho se esbatesse no branco.

Andei a experimentar mais o estilo, como fiz no Twotep. Dado a facilidade é provável que no futuro ainda faça mais ilustrações que aparentam arte tradicional.

Apesar de não ter sido seleccionado, a organização disponibilizou a lista de participantes. O meu nome aparece entre alguns dos mais reconhecidos ilustradores portugueses, menos mau :)
Agora, fica para a próxima oportunidade: Outono 2013.

2 de agosto de 2012

esboços steampunk

Vou apresentar algum do trabalho realizado nos bastidores para a BD inclusa na Nanozine 6 - especial steampunk.
Comecei por definir a protagonista dando-lhe uma roupagem do pouco que sabia do steampunk-style, nomeadamente os "goggles" e o espartilho.
Acrescentei depois cintos e couros que pudesse introduzir, muito inspirado no Final Fantasy IX que tem um tema steampunk.
As calças foram o maior sarilho. Tentei elaborar um design que porventura podia ser usado nos finais séc. XIX, vi ilustrações e fotografias e o design fazia sentido excepto as calças. É que não encontrava uma lady de calças! Mas tinha que ser, imaginava a protagonista a conduzir uma máquina à velocidade de um TGV steampunkiano e umas saias a esvoaçar pesadamente era algo que simplesmente não me fazia sentido.
Além do mais a personagem lidava com as partes mecânicas dos aparelhos e estruturas e queria algo como uma farda fabril. A solução encontrei-a na personagem Scarlett O'Hara do grandioso filme Steamboy. Uma pequena variação e foi este o primeiro design:
Sim, fiz treino com os "googles" e um tinha ares de um vitoriano Batman, ou mesmo o Capitão América versão Ultimate. Felizmente desisti logo disso.

Depois apresentei a ideia à Adeselna Davies, uma das editoras do nanozine. Gostou e fez várias sugestões, um casaquinho, um espartilho mais bonito and so on, algo com mais apetrechos e cor. Até podia ser algo inestético e sem sentido, que fosse arrojado. Até falamos em botins :)
Vi alguns trabalhos dos cosplayers e decidi-me por um design. Mas agora, olhando para trás, acho que ainda podia ir mais longe.

O design do barco. Eu chamo-lhe aerobarco, uma piscadela de olho ao dirígivel inglês.
A personagem é baseada na que foi usada na BD 24h. Aliás, é a mesma mas numa diferente época. Por isso de início pensei em algo que invocasse a posição aerodinâmica com a máquina original, mas mudei depois para a posição sentada para poder usar um daqueles banquinhos vitorianos, como utilizados nos primeiros veículos rodoviários. Achei que ficava muito giro.

Por fim apresento os esboços dos layouts quando apresentei a ideia. É algo muito trapalhão, até não difere muito do dos esboços do aerobarco, isto porque não gosto de esforçar-me nos esboços :P
Mas penso que foi o suficiente. Regra geral, ou mesmo quase sempre, as páginas finais apresentam o mesmo layout dos esboços, apenas diferindo neste ou naquele pormenor; uma vez definido o layout não mais mexo.