14 de fevereiro de 2019

12 de fevereiro de 2019

Padrões Winepunk

Sabeis aquelas folhas que, em alguns livros, estão coladas no verso da capa? Quando abrimos um livro, reparamos que entre a capa e o miolo há uma folha que destaca-se das demais, muitas vezes de gramagem diferente, tingidas a cor, e está colada na capa, e reparamos que outra semelhante folha está colada na contra-capa. Após pesquisar, fiquei a saber que possuem o nome de “guardas”.

Não as encontro em muitos livros das minhas estantes. Aqueles que as têm são invariavelmente de capa dura, reparo que as guardas permitem esconder as dobras do papel que cobre o cartão duro da capa. Nos dias de hoje, as guardas são de cor lisa, sem adornos ou ilustrações, muitas vezes de cor branca, salvo seja nas bandas-desenhadas que tenho nas estantes, nelas foram repescadas ilustrações para as guardas.

Tenho memória de que noutros tempos as guardas dos livros eram alvo de diferente atenção. Vagas recordações de padrões a duas cores que preenchiam toda a área dessas folhas que, suspeito eu, seriam reminiscências dos papéis-de-parede que foram populares na época vitoriana. Seriam padrões simples, com um pequeno elemento de decoração que era repetido em toda a folha, mas outros padrões seriam porventura mais complexos. Persegue-me a sensação de que nalguns deles eu passara algum tempo a descortinar quando iniciava o elemento repetido e quando era terminado, por trás daquela complexidade aparente. Mas não posso precisar se esses momentos tinham ocorrido com os livros ou se foram com outras coisas, já que tenho pelos padrões um particular interesse.

Numa das trocas de ideias com a equipa da Invicta Imaginária, na altura do desenho do livro que estávamos a fazer, tinha sugerido o uso de padrões. Inicialmente seriam como elementos da capa, mas depois ficaram como ideia de reserva para serem usados no verso da capa. Preferia que fossem no verso, penso que é daquelas pequeninhas coisas que tornam um livro mais especial, um tesouro, como muitas vezes associamos aos livros mais antigos. Naturalmente, como tantas outras ideias, a ideia foi posta de lado. O livro não seria de capa dura, as guardas não teriam muito uso. Mas a ideia dos padrões tinha-se formado na minha mente nos seguintes anos, especialmente porque achara que o primeiro padrão ficou bem conseguido. Estava simples mas ganhava vida no universo em que vive o livro. Haveria de produzir esses padrões, um qualquer dia, mas faltava a oportunidade de concretizá-los. Precisam de existir nesse universo em específico, não há sentido o contrário. Este ano, ganharam sentido.

Finalmente há data e local do lançamento do livro “Winepunk 1 – A Guerra das Pipas”. Dia 14 de Fevereiro, às 19 horas, no Ateneu da cidade de Porto. A equipa da Invicta Imaginária, em conjunto com a editora Divergência, estará lá para receber os leitores e com eles trocar palavras e curiosidades sobre o livro. Podeis visitar o link para mais informação dessa noite.

Brevemente publico os três padrões que tinha conceptualizado, um para cada livro da trilogia que está em desenvolvimento pela equipa. Permanecei por cá!



Padrão 3 - a publicar



Capa de Winepunk 1, por Sandra Maria Teixeira