Muita gente foi visitar o Encontro de Imagem "Braga em Risco" e percorrer as exposições espalhadas por alguns edifícios característicos da cidade. Muitos quadros e ilustrações nos quais as pessoas deslindavam a sua imaginação por entre as cores, traços e formas. Maravilhavam-se como a simplicidade e a informalidade podem ser mais reais que a realidade — como uma mancha cinzenta e uns traços azuis conseguem evocar uma trepidante falésia. E não faltavam também os livros pop-up nem capas de livros feitas de diversas cartolinas coloridas e recortadas, são um primor.
Muitas pessoas também foram as que compareceram ao workshop de Banda-Desenhada, o que deixou-me satisfeito. O workshop foi orientado pelo André Caetano, autor celebrado da Banda-Desenhada portuguesa, e desde logo que soube que ele ia orientar a sessão eu sabia que não podia perder a ocasião de conhecê-lo. Ainda por cima, a inscrição era gratuita. O serão foi animado, com pessoas curiosas. Falou-se de planos, de ângulos e de formas de balões, e apresentou um exemplo de layout para mostrar como diferentes planos suportam a história. Possuindo, assim, as ferramentas para contar a história, passámos ao exercício de criar uma página de BD. Idealmente, era para ter inventado um história original mas acabei por roubar o layout exemplo, apenas mudando o cenário para a superfície da Lua e acrescentando o texto em falta. Consistia em apenas um exercício, não era problemático o roubo — se quisesse uma história original, sei que ficava a manhã toda a puxar pela cabeça sem nada fazer.
Foi uma experiência enriquecedora, ainda que o tempo tenha ido a voar. Apontou os pontos fortes da história e notou como escolher os planos de modo a encaixar um movimento fluido de leitura. Partilhou igualmente os seus conselhos aos restantes participantes ao rondar pelo "U" das mesas da sala e, quem sabe, incentivando o passatempo da BD nos seus espíritos.
Só tenho uma coisa a lamentar, dá-me pena porque era facilmente evitável: não levei comigo o livro "A Volta", desenhada pelo André Caetano, ao workshop para ele autografar. Eu até tinha-me avisado: "vais esquecer-te do livro, não julgues que não, põe-no no móvel da entrada ou assim antes que esqueces, já te conheces bem, pá!". Enfim.
Deixo aqui o resultado desta experiência:
Balão da última vinheta: "Não gosto de armas. Abomino-as. Mas trabalhar para os paranóicos dos americanos até foi coisa boa."
Sem comentários:
Enviar um comentário